Integrada nas comemorações do Feriado Municipal, vai realizar-se no dia 14 de maio, pelas 11h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a sessão solene da Câmara Municipal, na qual irá ser prestada, este ano, homenagem ao Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, aos Guardiões da Tradição dos Tapetes Florais da Procissão do Corpo de Deus, a José Manuel Madeira Martins e a Maria Raquel Marques Ferreira.
Trata-se de uma homenagem a personalidades e entidades que se distinguiram pelo seu inestimável contributo para a cultura, a cidadania, o serviço público e a preservação das tradições e do património imaterial do concelho, considera Carlos Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Vouzela.
“Vamos homenagear o Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, um grupo de música tradicional, com mais de três décadas, que, com dedicação e autenticidade, continua a ser uma referência na reconstituição da identidade cultural local. Será também o momento de homenagearmos publicamente todos aqueles que, ano após ano, numa expressão de fé, arte e espírito comunitário dão vida às ruas com a execução de tapetes de flores naturais para a Procissão do Corpo de Deus. Depois de 40 anos de serviço público no Município, prestamos homenagem a José Manuel Madeira Martins. Enquanto Chefe da Divisão de Obras Municipais, teve um contributo determinante no desenvolvimento urbanístico e estrutural do concelho. Vamos ainda homenagear Raquel Ferreira, diretora do Agrupamento de Escolas de Vouzela desde 1986. Destacou-se pelo esforço contínuo na melhoria das condições da escola e pelo envolvimento com a comunidade. A sua liderança garantiu ainda o acesso da escola a projetos pioneiros e deixou marca na formação das novas gerações”, concluiu.
As distinções foram aprovadas por todos os elementos do executivo municipal, registando-se apenas a abstenção da vereadora Catarina Meneses na votação da homenagem a Maria Raquel Marques Ferreira.
Biografia dos homenageados:
- Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira
O Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira nasceu em 1992, na freguesia de Queirã, concelho de Vouzela, com o objetivo de preservar e divulgar as tradições musicais da região de Lafões. Composto por 18 elementos de várias idades e profissões, tem como base instrumental o cavaquinho, acompanhado por outros instrumentos tradicionais como bandolins, viola beiroa, acordeão e bombo. O grupo desenvolve um trabalho de recolha e arranjo de músicas tradicionais, contando já com cerca de 70 temas trabalhados, atuando em palcos nacionais e internacionais, e promovendo a cultura popular da Beira.
Ao longo da sua história, lançou seis trabalhos discográficos, entre os quais se destaca “Os Cantos às Almas do Purgatório”. Em 2010 criou o Grupo de Veteranos da Freguesia de Queirã e suas Harmónicas e dinamizou um atelier de artes decorativas. Em 2014, realizou o sonho de abrir a Escola de Música de Queirã, que tem formado músicos para o grupo e para a região. Com 33 anos de existência, o grupo continua a dar vida à identidade cultural local, reconstituindo e perpetuando tradições que, de outra forma, poderiam perder-se no tempo.
- Guardiões da Tradição dos Tapetes Florais da Procissão do Corpo de Deus
Há mais de 700 anos que se celebra a Festa do Corpo de Deus, em Vouzela. A celebração original resumia-se a uma missa e a uma procissão muito solene, durante a qual se arremessavam pétalas de flores das janelas. Apesar da sua antiguidade, só durante a década de 1950 é que se incorporou nas celebrações a famosa passadeira de flores naturais, uma tradição que trazida pelo Padre António de Barros Barbosa.
Desde essa altura, os habitantes passaram a organizar-se para a criação de majestosos tapetes, quer na vila, quer nas freguesias.
Todos os anos, surgem das mãos de homens, mulheres, jovens e crianças tapetes florais que dão cor à procissão do Corpo de Deus. Chamando-lhes Guardiões da Tradição dos Tapetes Florais da Procissão do Corpo de Deus, o Município presta-lhes homenagem em reconhecimento pelo esforço coletivo desta comunidade empenhada em manter uma tradição que tem passado de geração em geração, uma tradição que fortalece a identidade, a fé e o espírito coletivo do nosso concelho.
- José Manuel Madeira Martins
José Manuel Madeira Martins nasceu no Lobito – Angola em 9 de abril de 1955, onde viveu até 1975, tendo ali e na atual cidade do Huambo, feito parte dos seus estudos académicos. Em outubro desse ano, veio para Portugal – antiga metrópole. Permaneceu, nos dois anos seguintes, na Guarda (nas aldeias de Verdugal e Guilhafonso, terras de seus pais) e de seguida passou por Coimbra, onde cursou engenharia civil.
Rumou a Viseu em 1981 e durante três anos letivos lecionou no ensino secundário. Em1984 começa a exercer a sua atividade profissional no município de Vouzela, como técnico superior de engenharia.
Exerceu o cargo de chefe de divisão, por nomeação, durante cerca de trinta anos, em comissão de serviço, sucessivamente renovada até 2021, altura em que, livre e voluntariamente solicitou o seu términos. Acompanhou, de alguma forma, a realização de todas as infraestruturas, obras municipais e equipamentos, que se realizaram neste município nas ultimas quatro décadas.
Trabalhou com todos os presidentes eleitos em democracia, desde Augusto Guimarães, passando por João Ribeiro, Paulo Figueiredo, Telmo Antunes, Rui Ladeira e mais recentemente Carlos Oliveira.
- Maria Raquel Marques Ferreira
Natural e residente em Vouzela, Raquel Ferreira licenciou-se na Universidade de Aveiro em 1980. Depois de ter passado pelas escolas de Vouzela e Castro Daire, onde fez também parte dos órgãos de direção, regressou ao seu concelho em 1985 para ingressar nos quadros da Escola Preparatória de Vouzela. No ano seguinte foi eleita presidente do Conselho Diretivo, cargo que ocupou até à sua aposentação.
Do seu mandato enquanto diretora da Escola Preparatória de Vouzela, mais tarde designada D. Duarte de Almeida, depois Escola Básica e Agrupamento de Escolas em 2002, Raquel Ferreira lutou pela angariação de recursos, físicos e humanos, que garantissem a promoção do sucesso da aprendizagem dos seus alunos, empenhou-se por manter um grupo estável de docentes e não docentes, constituiu uma equipa de técnicos especializados para apoio à aprendizagem e, a nível de obra, deixou a construção de novos pavilhões e a vedação da escola.
Conseguiu impulsioná-la aderindo a novos projetos com o Ministério da Educação e abrindo-se à comunidade com inúmeras parcerias com as instituições locais, Município, juntas de freguesia, Centro de Saúde, Bombeiros, GNR, bandas, Jobra, ASSOL, Centro de Formação, ADDA, AGGV, Montis, Vouzelar, ASCD S. Miguel do Mato, entre outras.
Sob a sua liderança, o Agrupamento de Escolas de Vouzela foi um dos primeiros estabelecimentos, dos 22 do país, a usufruir de Contrato de Autonomia, desde 2007 a 2018.
Entre 1998 e 2002, interrompeu a função de diretora para exercer o mandato de vereadora da Educação e da Cultura na Câmara Municipal de Vouzela.
Em regime de acumulação da funções, Raquel Ferreira esteve também na fundação da Escola Profissional de Vouzela, da qual foi diretora e gestora pedagógica entre 1990 e 1994.
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