Preocupado com o processo de migração para a Televisão Digital Terrestre (TDT) no concelho de Vouzela, o qual penaliza as freguesias de Alcofra, Cambra, Campia, Carvalhal de Vermilhas e a localidade de Vasconha, na freguesia de Queirã, o Presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, solicitou ao Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o reforço da cobertura digital nestas localidades e o alargamento do prazo para desligamento do sinal analógico.
Segundo o autarca, estas freguesias, onde residem cerca de 4500 pessoas, ou seja, 42,6% da população total do concelho, encontram-se em zona de probabilidade reduzida de cobertura de TDT. Assim sendo, o acesso só poderá ser assegurado através da TDT complementar via satélite (Direct to Home – DTH), o que, segundo Telmo Antunes, “acarretará custos acrescidos às populações, que é, em muito, superior ao que terá que ser suportado pelas populações residentes em zonas onde o sinal é excelente”, afirma.
Também segundo o edil, o processo para a comparticipação às pessoas que procedam à aquisição do Kit TDT Complementar (DTH) e aos grupos abrangidos pelos apoios na comparticipação dos descodificadores (como pessoas com deficiência, beneficiários de RSI e reformados ou pensionistas com rendimento inferior a 500€), é extremamente burocrático e moroso, prejudicando gravemente esta população, em alguma áreas extremamente envelhecida, com algumas situações de isolamento físico e social, e existência de famílias com fracos recursos económicos.
O autarca considera ainda que a mudança para a TDT pode originar várias burlas sobre as famílias mais vulneráveis e idosos, temendo igualmente que, depois de desligar o sinal analógico, outros problemas possam surgir como “a probabilidade do aumento de acidentes domésticos, em consequência de tentativas individuais de subida aos telhados das habitações, para redireccionamento ou instalação de antenas, fruto dos Invernos rigorosos que se fazem sentir nestes locais”, evidenciou Telmo Antunes.
O autarca conclui o ofício enviado ao Ministro dos Assuntos Parlamentares referindo que “a situação que se está a passar no nosso concelho é injusta, desigual e penalizadora para uma população já por si fragilizada e isolada, agravando-se as situações de assimetria entre as localidades. Em suma, um retrocesso social em termos de direitos”, remata.
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